A maravilhosa parábola do samaritano, que nos é proposta no Evangelho deste XV
Domingo do Tempo Comum, é uma linda e enternecedora história que nos envolve e
questiona a todos.
É um convite a passar das nossas "leis" pessoais, tão centradas em nós próprios e nos
nossos interesses, para a vida vivida; de um saber teórico para um agir que envolve o
coração e a vida.
Dizia S. Agostinho: "Não perguntes quem é o meu próximo? Toca a ti ser próximo de
quem precisa". Na verdade, o samaritano é sempre Cristo, no qual Deus se
compadece e se faz próximo de todos nós.
Votos de um Santo Domingo e de uma semana abençoada!
Passo a passo, procuro resposta para a sede de felicidade, de uma vida que não
tem fim.
Senhor, na Tua proposta de amor incondicional descubro um caminho de fé e de
graça que me envia para a missão. A Ti, Senhor, quero entregar o meu coração, a
minha alma, todas as minhas forças e o meu entendimento. A Ti, Senhor, quero
entregar o desafio de amar o próximo sem passar adiante, sem esconder o gesto,
sem medo de me dar, de me gastar, de me perder. A Ti, Senhor, quero entregar o
desejo de me fazer próximo...
Um samaritano também passa, vê o semimorto, enche-se de compaixão e
aproxima-se. Não há humanidade sem compaixão recíproca e sem aproximação
uns dos outros. A compaixão significa sofrer juntos, estar próximos; mete no
centro a dor do outro e esquece o próprio sentimento.
A compaixão rouba a dor à solidão do que sofre e repete-lhe: “não estás só,
porque a tua dor é, em parte, também a minha”. A impotência do agonizante
ainda tem a força paradoxal de acordar a nossa própria humanidade que
reconhece no outro um irmão, no preciso momento em que esse não pode ser
instrumento de qualquer interesse. Ali, a compaixão é um gesto de radical
gratuidade. O que sofre torna-nos capazes de sermos compassivos como Deus.