"Não separe o homem o que Deus uniu!" . O Evangelho não separa homem e
mulher, unidos em matrimónio, mas também não separa as crianças dos pais,
porque não é bom que o homem esteja só; não é bom que a mulher esteja só; não
é bom que o casal esteja só, não é bom que a família esteja só, na sua vocação e
missão tão exigentes. O Senhor quer-nos, unidos e reunidos, lá em casa, como
pequena Igreja e na Sua casa, isto é no templo, como Sua grande família.
Votos de um Santo Domingo e de semana abençoada.
Dá-me Senhor a ousadia das perguntas. Dá-me Senhor a inquietação das
crianças que não desistem de perguntar e que por força da sua persistência
permanecem coladas aos pais. Dá-me Senhor a consciência de que as
interrogações me põem em relação Contigo, com a Tua Vida e me tornam
tolerante e aveludada. Senhor, que a minha vida seja uma permanente pergunta!
Se em nome da verdade revelada por Deus, devemos propor o amor conjugal,
como altíssima expressão humana do amor divino, também em nome da
caridade, devemos cuidar com o óleo da misericórdia os casais feridos pela
separação. Diz o Papa Francisco: “há casos em que a separação é inevitável; por
vezes, pode tornar-se até moralmente necessária, quando se trata de defender o
cônjuge mais frágil, ou os filhos pequenos, das feridas mais graves causadas pela
prepotência e a violência, pela humilhação e a exploração, pela alienação e a
indiferença. Mas deve ser considerado um remédio extremo, depois que se
tenham demonstrado vãs todas as tentativas razoáveis” (AL 241). Porém, de
permeio entre o sonho e o pesadelo, estão as crianças, tantas vezes vítimas e
reféns da guerra entre os pais. Diz-se, na gíria popular, que entre homem e
mulher ninguém meta a colher. Pode dizer-se também que entre marido e
mulher as crianças podem meter a colher com o remédio da ternura e do
perdão, para sarar contendas e evitar separações. É claro que este remédio só
cura se realmente soubermos acolher, abraçar, escutar e bendizer as crianças!