Celebramos o último domingo do ano litúrgico, com a Solenidade de Nosso Senhor
Jesus Cristo, Rei do Universo. A liturgia convida-nos a contemplar o rosto humano e
divino de Jesus, aclamado como o Filho do homem. Ele é o Rei do Universo, mas reina
a partir da Cruz, naquele amor com que nos atrai para o Pai. Com Cristo, Rei e Senhor,
aprendemos que o poder de Deus não se manifesta no uso da violência armada, mas
no amor com que nos acolhe, nos perdoa e abraça a todos. Com Ele aprendemos que
reinar é servir. É este o Seu modo de reinar: Ele não reina dominando-nos, mas
atraindo-nos no Seu amor.
Votos de um Santo Domingo e de semana abençoada.
Deus, nosso Pai, que fizestes do Vosso Filho o Rei do Universo, que manifesta o
Seu poder no amor e no perdão, estendei o Seu reinado àqueles que choram por
não serem respeitados nem amados. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor,
que convosco vive e reina pelos séculos dos séculos.
«Então, Tu és Rei?», pergunta Pilatos a Jesus. Jesus responde e deixa claro que
não é Rei à moda deste mundo; o seu reino não é deste mundo. Ele só quer um
território para reinar: o coração do seu povo, o coração de cada um de nós. Ele só
quer dar testemunho da verdade, da verdade do amor infinito que Deus nos tem.
O seu poder não é o das armas, mas o do Amor. Ele só é todo-poderoso, no seu
Amor invencível por nós. Ele sabe bem da lama de que somos feitos. Ele próprio
fez lama, com terra e saliva, para ungir os olhos do cego. Ele vem dizer-nos que o
verdadeiro amor não fica de mãos lavadas e que a única maneira de as ter limpas
é sujá-las, no serviço aos outros. Por isso, em vez de uma coroa com jóias, tem
uma coroa de espinhos; em vez de vestes caras, usa a toalha do lava-pés, isto é, a
toalha do serviço; em vez de sapatos com adornos, ele usa sandálias de
peregrino.